sábado, 4 de setembro de 2010

No Rio, a disputa mais animada é pelo Senado


Nem Dilma, nem Serra; nem Sergio Cabral, nem Fernando Gabeira. A disputa que tem animado as rodas de conversa no Rio de Janeiro é a que se estabeleceu entre os quatro candidatos ao Senado mais bem colocados nas pesquisas: Marcelo Crivella (PRB), que tenta a reeleição, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), o ex-cara-pintada, ex-deputado federal e ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT) e o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB). As últimas pesquisas mostram Crivella e Cesar em declínio e Lindberg e Picciani em ascensão, o que embola ainda mais a situação.
O interesse que essas candidaturas despertam não se deve apenas ao fato de as eleições majoritárias estarem caminhando a passos largos para a definição em primeiro turno. Essa eleição é diferente das anteriores porque os quatro candidatos são figuras marcantes no cenário político do Rio. O líder da pesquisa Datafolha, Marcello Crivella, tem 37% das intenções de voto. Foi eleito em 2002 pelo PL, junto com Sérgio Cabral (que deixou o Senado para concorrer ao governo estadual em 2006) e é, ao mesmo tempo, dono de uma intensa rejeição por causa de sua ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus.
Cesar Maia, do DEM, está em segundo lugar, com 32%. Mandou na cidade do Rio de Janeiro por 16 anos. Ganhou projeção nacional pela boa gestão no primeiro mandato e, depois, por polêmicas barulhentas, como os problemas na organização dos Jogos Panamericanos de 2007 e a construção da Cidade da Música, que consumiu meio bilhão de reais e não ficou pronta. Desde que deixou a prefeitura, Cesar dá palpites na vida municipal, estadual, nacional e até internacional através do “ex-blog”, uma newsletter enviada por email aos assinantes.
Briga até a eleição – Lindberg Farias frequenta o noticiário desde o início dos anos 1990, quando foi presidente da UNE e um dos líderes do movimento dos caras-pintadas. Bonitão e vaidoso, foi prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas gosta mesmo é do Leblon, onde mora numa cobertura de frente para o mar. Na atual eleição, queria ser candidato do PT ao governo. Teve que se conformar com a disputa por uma das duas vagas ao Senado para que seu partido pudesse apoiar Sérgio Cabral.
O governador, por sua vez, embora peça votos para Lindberg, gosta mesmo é de Jorge Picciani, peça fundamental em sua arquitetura política, apresentado como grande parceiro no programa do horário eleitoral gratuito. Picciani está na rabeira das intenções de voto entre os quatro primeiros colocados nas pesquisas. Tem 16% no último Datafolha. Mas começa a reagir, depois que o PMDB intensificou o apoio ao candidato no horário gratuito.
Como o percentual de eleitores que ainda não escolheram seus candidatos é de 70%, a briga vai continuar animada até a eleição.