segunda-feira, 19 de abril de 2010

Niterói ganha 30 novas favelas em quatro anos


A expansão de favelas em Niterói surpreende. De acordo com informações divulgadas pela prefeitura, entre 2004 e 2008, a cidade ganhou 30 novas comunidades, totalizando hoje 130, em todo o município. A situação, no entanto, vem se agravando ao longo dos últimos oito anos. O número de favelas praticamente triplicou a partir de 2000, quando o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrava apenas 43 favelas. Atualmente, 20% da população — ou seja: 95 mil dos 478 mil habitantes da cidade — vivem em locais dominados pela pobreza.

Segundo a secretária municipal de Urbanismo e Controle Urbano, Maria Christina Figueira Monnerat, as causas que provocam o crescimento desordenado das favelas são a especulação imobiliária, que, mesmo em bolsões de pobreza, constroi, vende e aluga imóveis; a migração de moradores vindos de outros municípios; e o desemprego:

— O crescimento das favelas é asssustador. Nós não esperávamos. Precisamos buscar uma solução, mas o trabalho será grande. Isso é fruto de problemas sociais, e precisaremos de um planejamento para chegar a um senso comum e a uma solução humana, já que essas pessoas não têm para onde ir.

O mapeamento foi realizado pelo Núcleo de Regulamentação Fundiária (Nurf), órgão subordinado à secretaria municipal de Urbanismo e Controle Urbano. Pelo monitoramento, que ainda está em fase de execução, na Zona Norte surgiu o maior número de favelas. A maioria das casas e dos barracos foi erguida nos bairros de Fonseca, Caramujo, Engenhoca, Barreto e Tenente Jardim. O Centro, por sua vez, foi o que teve a maior expansão vertical, segundo a prefeitura.

A identificação primária das favelas ocorreu por meio de imagens feitas via satélite. Agora, os técnicos querem descobrir o tamanho real das áreas ocupadas pelas novas comunidades e farão isso em parceria com as associações de moradores de Niterói. O objetivo é contar o número de moradias e, feito isso, elaborar um plano com ações efetivas a fim de ajudar no combate à favelização.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

CRIVELLA VISITA AS VITIMAS DO MORRO DO BUMBA


Depois de passar a semana em Brasília lutando para trazer mais recursos para o Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) fez questão de visitar o Morro do Bumba na tarde desta sexta-feira, onde prestou solidariedade aos moradores e a familiares das vítimas do deslizamento que devastou a comunidade na quarta-feira. Os bombeiros já retiraram 29 corpos dos escombros, e, em todo o estado, 214 pessoas já morreram desde segunda-feira, com o início das chuvas.

- Fiquei muito impressionado. Estou muito triste. Temos que mudar radicalmente nossa política habitacional – constata Crivella.

Após fazer oração pelas vítimas dos deslizamentos, ao vivo, pela Rede Record, de uma casa de frente para o morro, Crivella foi conhecer de perto o trabalho de resgate dos bombeiros e conversou com o coronel José Carlos, comandante responsável pelas operações de busca no Bumba.

- A situação está extremamente difícil aqui. Há 99% de chances de não encontrarmos mais sobreviventes, mas trabalhamos com todo o cuidado com o objetivo e esperança de ainda encontrar pessoas com vida – revela o coronel.

Segundo o coronel dos Bombeiros, o trabalho é feito minuciosamente, com retroescavadeiras. Apesar de as equipes de resgate necessitarem das máquinas, já que o serviço manual se tornou impossível, a qualquer sinal de vida humana um profissional da área médica verifica, com todo o cuidado, se é mais um sobrevivente.

- É preciso investir em prevenção. Só podemos dizer que a defesa civil está funcionando quando ela consegue obter informações dos serviços de meteorologia de que grandes tempestades estão a caminho e puder, a tempo, retirar provisoriamente todas as pessoas das áreas de risco iminente, com apoio de geólogos, até que as chuvas diminuam. Igrejas, escolas e abrigos oficiais podem ser usados para esse fim – aconselha Crivella.

Crivella lembra que é função primordial do agente público investir maciçamente em habitação. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um grande passo ao criar o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, cujo projeto teve a relatoria do próprio Crivella e dormitava há anos nas gavetas do Congresso Nacional. Ele recria o BNH (Banco Nacional de Habitação), com estrutura diferenciada, com menos burocracia, dando ênfase em financiamentos para as camadas mais populares. O projeto Minha Casa, Minha vida, por exemplo, dá subsídios de até R$ 23 mil para quem ganha de 1 a 2 salários mínimos e pretende comprar casa própria. Já foram negociadas 600 mil unidades, e há expectativa de que até o fim de um eventual governo Dilma Rousseff esse número chegue a 2 milhões.

- Há quantos anos o poder público não faz casas em massa para pobres? Todo mundo sabe que essas pessoas correm risco nessas áreas, mas para onde vamos levá-las? – Questiona Crivella.

Crivella lembra que nos Estados Unidos o secretário de Defesa Civil tem poderes absolutos, “quase de um presidente da República”:

- Lá (nos EUA), o secretário de Defesa Civil pode requisitar até um navio de grande porte, do governo americano, se precisar, para resolver alguma emergência, e tem contato direto com o serviço de meteorologia, que funciona muito bem, o que não é o caso do Brasil, onde precisa ser aperfeiçoado.