quarta-feira, 28 de julho de 2010

Serra e Dilma intensificam críticas


Apesar das promessas do PT e do PSDB de que campanha eleitoral não seria negativista, os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) têm pontuado discursos e entrevistas com ataques diretos e insinuações que relacionam os adversários a riscos de retrocessos sociais, econômicos e institucionais.


Ontem, Dilma acusou Serra de baixar o nível da campanha, além de estar por trás dos ataques promovidos por seu companheiro de chapa, Índio da Costa (DEM). Foi uma resposta à reprodução feita pelo tucano, em encontro com cerca de 400 empresários, de frase do líder dos sem-terra João Pedro Stédile, segundo a qual em caso de eventual vitória da petista haveria aumento das invasões no campo.

Os dois presidenciáveis têm ajustado o discurso de acordo com a plateia, não apenas ao fazer promessas, mas também ao relacionar o adversário a questões controversas.

O principal foco dos tucanos tem sido vincular o PT a supostos atos ilegais ou clandestinos, como invasões de terras, conexões com a guerrilha colombiana, loteamento do Estado e violação de sigilo fiscal. O vice de Serra, por exemplo, vinculou os petistas às Farc. Na segunda-feira, esse tema serviu para o próprio Serra investir contra a política externa de Lula e seu apoio ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Até as árvores da floresta amazônica sabem que as Farc se abrigam na Venezuela", afirmou Serra, para quem Chávez é uma "ameaça" à paz regional.

Medo. Ontem no Recife, Dilma contra-atacou. "Vamos vencer o medo que eles tentam espalhar, com a competência, com o crescimento econômico, com o Bolsa-Família. Vamos vencer as ameaças de terror porque temos hoje um patrimônio que é de toda a população brasileira, que é o governo Lula", afirmou à noite.

Os petistas também não perdem a oportunidade de apontar nos adversários a intenção velada de desmontar o aparato social do governo Lula e de promover o retorno de práticas e políticas do governo Fernando Henrique Cardoso, como as privatizações.

Dilma repisou o tema ontem. "No passado, meus adversários deixaram a eleição passar para depois fazer o câmbio flutuar, provocando uma verdadeira pancada na economia nacional. Nós, não fizemos nem faremos nada do tipo. Temos uma posição clara, coerente."

[ ][/ ]A petista tem investido também em um suposto discurso duplo dos tucanos em relação ao principal programa social do governo. "Aqueles que dizem que não vão acabar com o Bolsa-Família são os mesmos que entraram no Supremo Tribunal Federal com uma ação de inconstitucionalidade contra nós, tentando derrubar justamente o Bolsa-Família", disse, no início do mês.

Serra, que no início do ano falava em "ampliar" e "aprimorar" o Bolsa-Família, prometeu dobrar o número de atendidos no dia seguinte ao discurso da adversária.

A ofensiva dos tucanos procura atribuir à campanha adversária uma suposta ausência de valores morais. Apontam no PT a intenção de limitar a liberdade de imprensa e dizem que o partido é contra os direitos humanos e a defesa das liberdades civis.

Para embasar o discurso, os tucanos citam frases do próprio presidente Lula, como comparação entre presos comuns e presos políticos de Cuba. Também usam como exemplo as diretrizes do programa de governo do PT, do qual a candidata recuou em relação a temas polêmicos.

Já Dilma descreve o principal rival como alguém que ameaça a continuidade de iniciativas do governo Lula, como a ampliação de recursos para a agricultura familiar e a concessão de subsídios para a moradia popular. "Ele (Serra) foi ministro duas vezes no governo FHC, e não vi um processo de desenvolvimento de inclusão social dos 190 milhões de brasileiros", disse a petista na quinta-feira, em sabatina promovida pelo portal R7 e pela Record News.

Venezuela. O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaiz, negou ontem que haja acampamentos permanentes de guerrilheiros, paramilitares ou narcotraficantes colombianos na Venezuela "que contem com autorização ou simpatia do governo" Chávez. E rebateu as acusações de envolvimento de seu país com as Farc. "A República Bolivariana da Venezuela rechaça tais denúncias."

CAMPO DE BATALHA

AS PRINCIPAIS ARMAS USADAS POR PETISTAS E TUCANOS

1 Mídia
Os tucanos acusam o PT de tentar limitar a liberdade de imprensa

2 Programas sociais
Os petistas tentam desqualificar as propostas do PSDB na área social

3 Farc
Tucanos apontam as ligações do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia

4 Estagnação
O PT busca associar o governo Fernando Henrique com a estagnação econômica
Fonte : O Estado de São Paulo

sexta-feira, 23 de julho de 2010

: Dilma abre oito pontos de vantagem sobre José Serra


Pelos números da pesquisa, a petista tem 41% das intenções de voto, contra 33% do tucano, 8% de Marina Silva (PV), e 1% de todos os outros candidatos somados
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, abriu oito pontos percentuais de vantagem sobre o candidato do PSDB, José Serra, segundo pesquisa estimulada do Vox Populi divulgada nesta sexta-feira (23) pelo "Jornal da Band". Pelos números, a petista tem 41% das intenções de voto, contra 33% do tucano, 8% de Marina Silva (PV), e 1% de todos os outros candidatos somados.

Os eleitores que disseram que vão votar em branco ou nulo somam 4%. Já 13% disseram que não sabem em quem votar ou não responderam.

Na pesquisa espontânea, que é feita sem que os nomes dos concorrentes sejam apresentados ao eleitor, Dilma aparece com 28%, Serra tem 21% e Marina atinge 5%. Mesmo fora da disputa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é apontado por 4% dos entrevistados nessa modalidade.

Em uma simulação de segundo turno, a candidata do PT teria 46% e o candidato do PSDB ficaria com 38%.

O instituto também pesquisou em quem os entrevistados não votariam. O resultado mostrou que a maior rejeição é de José Serra (24%), seguido por Marina Silva (20%) e Dilma Rousseff (17%).

Na pesquisa estimulada do Vox Populi de maio, Dilma tinha 38% dos votos, subiu para 41% em junho e manteve o percentual neste mês. Já Serra tinha 35% em maio, chegou a 36% em junho e caiu para 34% na pesquisa divulgada nesta sexta.

Já na primeira pesquisa de intenções de voto realizada após o início oficial da campanha eleitoral (6 de julho), Dilma aparece com 41% e Serra, com 33%, enquanto Marina tem 8% e os demais candidatos, 1%.

A pesquisa do instituto foi feita entre os dias 17 e 20 de julho e foram feitas três mil entrevistas, em 219 municípios de todas as regiões do País. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo nº 19.920/2010.